Religiosamente, sempre me identifiquei como agnóstica, mas a Wikipédia acaba de me informar que eu uso essa palavra de forma equivocada porque ela não contempla tudo que eu sinto. Para ser mais clara: acho que não tem muito como saber se existe uma entidade maior ou não, não tenho fé particular que cubra essa incerteza, portanto não acredito em nenhuma religião institucionalizada ou na existência de algum tipo de deus, mas também não sou tão convencida da inexistência. Além disso, religião só nunca foi algo muito importante na minha vida: minha família mais imediata no geral não tem convicção religiosa, fui batizada católica por ser importante para meu avô, estudei em faculdade cristã por acaso (curiosamente, escrevi minha monografia mais ou menos sobre leis e religiões, então talvez o interesse e a importância estejam aí em algum lugar).
Mesmo assim, quando vou me referir a algo que vai além da minha compreensão, a coincidências misteriosas, ao que tange a sorte ou o azar, ao inesperado e surpreendente, acabo apelando a uma entidade maior: o universo. Seja para dizer que o universo conspira contra mim, seja para dizer que ele está me mandando mensagens, seja para dizer que o universo está a meu favor, é sempre ele que aparece quando quero falar do espiritual, do metafísico, do inexplicável. É, também, minha ideia conceitual não exatamente religiosa mas não exatamente material daquilo que é vasto e complexo demais para entendermos por completo, do que é maior que a gente, da comparação que dá um pouco de perspectiva, um pouco de humildade, um pouco de tranquilidade, a constatação de que meu drama pessoal no momento vai passar, que não é tão grave, que tem mais coisa por aí.
Por isso, acho importante de vez em quando me conectar um pouco com esse sentimento, tirar minha cabeça da bolha micro da minha vidinha e sacar que o mundo é maior do que isso. Agora que estou trabalhando de casa, então, isso se tornou ainda mais fundamental, porque passo tempo demais sozinha e presa na minha cabeça (acabei de voltar de um almoço num parque para tirar minha mente do computador e do trabalho por um tempinho). Decidi, então, pedir ajuda aos universitários (aka meus amigos no Facebook) e perguntar o que eles fazem para se conectar ao universo:
Sofia tem 25 anos, mora no Rio de Janeiro e se formou em Relações Internacionais. É escritora, revisora e tradutora, construindo passo a passo seu próprio império editorial megalomaníaco. Está convencida de que é uma princesa, se inspira mais do que devia em Gossip Girl, e tem dificuldade para diferenciar ficção e realidade. Tem igual aversão a segredos, frustração, injustiça e injeções. É 50% Lufa-Lufa e 50% Sonserina.
Pingback: Conectar é expandir — Capitolina()