Para conseguirmos lançar esta primeira edição da Capitolina não foi fácil. Precisamos de muita organização e força de vontade para juntar quase 60 garotas entre seus 15 e 25 anos, todas tão diferentes e com muita coisa pra dizer. Durante esse processo inicial – e mesmo depois, quando já estávamos decidindo nossas pautas e quem escreveria e/ ou ilustraria o quê –, nos deparamos diversas vezes com histórias que vivemos e questões interiores, que compartilhamos umas com as outras. Algumas tinham semelhanças, outras eram quase o oposto do que tínhamos de referência. Como, então, juntar garotas de idades diversas, com ideias diferentes, outros planos de fundo e múltiplos interesses em uma coisa só?
Talvez esta tenha sido a primeira grande questão com que nos deparamos.
Somos muitas, mas quem somos?
Para respondermos isto, criamos esta primeira edição como esboço de resposta. Pois tudo o que fazemos, que gostamos (e também que desgostamos) tem um pouquinho de nós. Cada filme que vemos, música que ouvimos, texto que lemos, lugares que visitamos, seriados que acompanhamos, ideias que pensamos. Tudo isso faz parte do que somos, apesar de não ser uma completude de nós. Aquilo que paramos de fazer, aquilo que começamos. A mudança de escola, as aulas de dança, as aventuras culinárias, os livros que deixamos pela metade e os livros que devoramos numa tacada só, nossos amigos, nossos quartos, as coisas que queremos fazer ainda na vida. Tudo isso é um pedacinho da nossa identidade. Pois, da mesma forma que iniciamos e desistimos de algo porque tem ou não a ver com a gente, também descobrimos coisas novas sobre nós pelo mesmo motivo. E, assim, vamos nos construindo o tempo todo, adicionando tudo o que encontramos pelo caminho nesse balé contemporâneo que somos nós.
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Para acompanhar esta pequena apresentação, nossas queridas ilustradoras fizeram intervenções em fotos 3×4 de muitas de nossas colaboradoras. Veja o resultado na galeria e, se quiser saber mais sobre nós, confira esta página.
Clara nasceu em 1994 no Rio de Janeiro, mas se mudou para São Paulo ainda pequena. Estuda Letras e sempre gostou mais de poesia do que de prosa. Ama arte moderna, suéteres e o musical Jesus Cristo Superstar. Aprendeu a fazer piadas com seu nome e sobrenome por sobrevivência. Em setembro de 2013, teve a ideia da Capitolina, a qual co-editou até setembro de 2016. Hoje em dia, ela escreve pra um montão de lugares. É 50% Corvinal e 50% Lufa-Lufa.
Lorena tem 26 anos e mora no Rio, embora tenha crescido nos subúrbios da Internet. Trabalha com análise de roteiros televisivos, avalia manuscritos literários, traduz e revisa obras em inglês e escreve por aí. É igualmente fascinada pelo gracioso e pelo grotesco. Adora filmes de terror, livros de fantasia, arte surrealista e qualquer coisa que não carregue o mínimo semblante de realidade. Tem empatia até por objetos inanimados e queria ser um urso ?•?•?
Sofia tem 25 anos, mora no Rio de Janeiro e se formou em Relações Internacionais. É escritora, revisora e tradutora, construindo passo a passo seu próprio império editorial megalomaníaco. Está convencida de que é uma princesa, se inspira mais do que devia em Gossip Girl, e tem dificuldade para diferenciar ficção e realidade. Tem igual aversão a segredos, frustração, injustiça e injeções. É 50% Lufa-Lufa e 50% Sonserina.
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