Eu praticamente nasci insone. Desde que me lembro, uso a noite mais para ler, escrever, ver televisão e olhar para o teto em crises existenciais do que para dormir. Quando tinha uns 13 ou 14 anos, me orgulhava de já ter visto pelo menos um episódio de cada série que passava na Warner, na Sony e na Fox (os canais que eu via na época), mesmo aquelas que passavam em horários esdrúxulos. Manhãs, no entanto, sempre foram muito melhores para dormir do que para estudar, comer, me arrumar ou pensar, e tardes me parecem frequentemente perfeitas para um cochilo. Ou seja: meu horário natural não bate nada com o horário da sociedade.
Mesmo assim, conseguia (e ainda consigo) fazer muitas coisas: ler uma porção de livros, ver uma porção de filmes e séries, acompanhar tudo que está acontecendo na internet, escrever, arranjar projetos pessoais aos montes, além de estudar, trabalhar, fazer atividade física e manter relacionamentos. Atualmente, eu edito a Capitolina, trabalho numa editora, faço ginástica duas vezes por semana, mantenho um blog com publicações regulares, escrevo para outros lugares, tenho um namoro estável há três anos, vejo séries com minha irmã pelo menos uma vez por semana, procuro ver amigos com relativa frequência e estou começando uma pós-graduação. E, sim, prossigo com o horário super trocado.
Para chegar a esse ponto de produtividade, entretanto, precisei aprender a organizar meu tempo bastante bem. Pareço, no geral, uma pessoa bagunçada: meu quarto é um desastre, minha mesa dois dias depois de uma arrumação já virou um depósito de livros e papéis e maquiagem e acessórios de cabelo, meu computador é um pequeno caos e meu namorado quase dá um ataque sempre que tem que usar meu iTunes. Pareço, também, uma pessoa preguiçosa: acordar cedo (e por “cedo” eu quero dizer “antes das onze”) é um processo quase impossível, tardes de domingo são feitas para ficar com a cabeça enfiada no travesseiro, festas que duram a noite toda me desanimam e me locomover para um pouco mais longe das minhas rotas usuais é sempre considerado um perrengue. Só que, bem, não é exatamente preguiça (é um pouco, mas não só): é o jeito que meu corpo funciona, e as formas que encontrei para lidar com isso – formas de organização e produtividade que funcionam para mim, mesmo que pareçam uma bagunça que só para os outros.
Imagino que vocês possam sofrer dos mesmos problemas de horário que eu (e dos métodos pouco ortodoxos de organização), então compartilho aqui meu método para organizar o tempo:
Essa é minha estratégia para organizar meu tempo, mas ela é só a base. Não uso essa planilha para consultar todo dia, e ela não precisa ser seguida à risca. É mesmo mais uma forma de identificar na sua semana como as coisas devem ser alocadas para você conseguir dar conta de tudo, respeitando seu próprio ritmo o máximo possível.
No meu dia a dia, uso uma agenda (de papel mesmo), na qual anoto os compromissos que marquei com outras pessoas (com hora e local), os prazos para coisas que tenho que fazer ou entregar, e, aí, aos poucos, as coisas que quero/devo fazer naquela semana mas que não têm horário fixo (como, por exemplo, escrever este texto; caso estejam curiosas, estou escrevendo deitada na cama, já de pijama, às 00h50 de segunda para terça). Você pode ir testando até encontrar o método mais eficiente para você: agenda no celular, Google agenda, agenda de papel, calendário de parede, ou sua própria memória se você é boa de guardar esse tipo de organização e informação na cabeça (eu não sou).
Os pontos mais importantes são sempre: respeitar seu próprio ritmo; encontrar o método que funciona melhor para você, qualquer que ele seja; e lembrar que não somos maquininhas produtivas e que por isso tudo bem não conseguir fazer tudo que você queria na hora que você queria.
Se você já tem um bom esquema de organização de tempo, me conta nos comentários? Estou sempre interessada em como outras pessoas se organizam!
Sofia tem 25 anos, mora no Rio de Janeiro e se formou em Relações Internacionais. É escritora, revisora e tradutora, construindo passo a passo seu próprio império editorial megalomaníaco. Está convencida de que é uma princesa, se inspira mais do que devia em Gossip Girl, e tem dificuldade para diferenciar ficção e realidade. Tem igual aversão a segredos, frustração, injustiça e injeções. É 50% Lufa-Lufa e 50% Sonserina.
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