Depois de muitos anos ignorando completamente as minhas raízes, eu decidi, aos 18 anos, pesquisar mais sobre a origem dos Ranieri. Apesar de ser um sobrenome comum, nós encontramos a cidadezinha, no sul da Itália, chamada Terzigno, onde um Vicenzo foi ao Brasil trabalhar na construção ferroviária, como muitos outros de seu tempo.
O tempo passou, a família cresceu (muito!) e nós passamos a ignorar a nossa história, porque a vida acontece e é assim que as pessoas lidam com as suas origens na maioria das vezes, até que o resgate seja necessário.
Para homenagear o meu bisavô, fiz esta focaccia (se pronuncia “focatia”) pra perfumar a casa de alecrim e agradecer a minha familia por existir.
Focaccia com Alecrim
Ingredientes
1 colher (chá) de açúcar
2 1/2 colheres (chá) de fermento biológico seco
5 colheres (sopa) de água morna (45ºC)
250 g de farinha de trigo
1/4 colher (chá) de sal
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
3 ramos de alecrim fresco (usei seco)
Sal a gosto
Modo de preparo
1. Misture o açúcar com o fermento e a água morna e deixe descansar por 10 minutos.
2. Numa tigela grande misture o fermento com a farinha e o sal. Se necessário, vá adicionando mais água, 1 colher (sopa) por vez, até formar uma massa que dê para trabalhar. Coloque-a numa bancada enfarinhada e sove até ficar elástica, cerca de 4-6 minutos.
3. Coloque a massa numa tigela untada com azeite e deslize-a em torno da tigela até ficar bem revestida. Cubra com um pano úmido e deixe descansar em um lugar aquecido até dobrar de tamanho, cerca de 30 minutos.
4. Preaqueça o forno em temperatura bem alta (240ºC). Unte uma assadeira e reserve.
5. Soque a massa para o ar sair e sove mais um pouco. Modele o pão, coloque na assadeira e pincele com o azeite restante. Faça pequenos buracos na massa com os dedos, salpique o alecrim e sal a gosto.
6. Leve ao forno e asse por 10-20 minutos. O tempo vai depender da textura desejada: se quiser o pão mais molhadinho e fofo, asse por somente 10 minutos; se quiser mais crocante e moreninho, asse por cerca de 20 minutos. Eu escolhi assar por 15 minutos, e ficou assim!
Luiza S. Vilela tem 28 anos e mora no Rio, mas antes disso nasceu em São Paulo, foi criada em Vitória e viveu uma história de amor com Leeds, na Inglaterra, e outra com Providence, no Estados Unidos. Fez graduação em Letras na PUC-Rio e mestrado em Literatura e Contemporaneidade na mesma instituição. É escritora, tradutora, produtora editorial e acredita no poder da literatura acima de todas as coisas.
Nicole é Paulista de 22 anos, mas mora em todos os lugares e pertence a lugar nenhum. Estuda administração com foco em exportação mas é gente boa, não gosta de tomate mas é uma pessoa do bem, curte uma coisinha mal feita e não recusa jamais uma xicara de chá verde. Se fosse uma pizza, Nicole seria meia espinafre, meia cogumelo.