Lovely Planet é muito simples: você anda, pula e atira estrelinhas em inimigos vermelhinhos com cara de malvados >_<. São 100 níveis curtíssimos em um planeta superfofo com peixes voadores e metralhadoras cor-de-rosa embalados por uma trilha sonora delicinha que evoca aquela mesma sensação ensolarada das fases na praia do Sonic Adventure do Dreamcast, mas com uma pegada mais oriental tipo Katamari Damacy, apesar de ter sido feito por um indiano de Nova Delhi.
Você repete as fases dez, quinze, cem vezes ensaiando um balé de tiros até a perfeição. E quando, enfim, consegue… Que deleite! É como se você fosse automaticamente coroada melhor jogadora de FPS de todos os tempos. Você prevê movimentos, para balas, desacelera o tempo a seu bel-prazer, vence qualquer x1. Você é a escolhida.
Enquanto certos níveis são exageradamente complicados, algumas hit boxes são mais generosas do que deveriam. O frame rate não é tão estável assim e o menu é confuso demais. O jogo tem problemas, sim, mas é um respiro em meio ao ar saturado dos videogames. Lovely Planet conta história nenhuma, não vem cheio de texturas ou firulas, é um resgate da mecânica simples dos jogos de tiro apresentado em um roupagem que serve tanto a quem já tem horas de FPS nos dedos e busca diversão desafiadora quanto quem nunca deu um tiro em primeira pessoa. É um jogo acessível e que distancia os jogos de tiro da contextualização pesada de mundos em guerra, pós-apocalípticos e mortos, para não dizer hipermasculinizados como em Gears of War. O videogame precisa dessa multiplicidade de discursos… E eu não consigo deixar de me sentir vingada quando vejo um monte de true gamer desesperado frente a um joguinho tão cute e inofensivo. (*•??•?*? ?? )
O pior: é muito difícil e frustrante.
O melhor: é muito difícil e uma delícia.
Lovely Planet é cute gun ballet speed shooter e está disponível para Wii U, Xbox One, Windows, Mac e Linux.