Todo mundo que já viveu a experiência de prestar vestibular – os dias passados resolvendo provas antigas, pesquisando as melhores (e possíveis) faculdades para o seu curso, fazendo um simulado diferente a cada semana, esperando a bendita nota de corte sair, e passar o tempo inteiro achando que você não está fazendo o bastante – sabe que é um dos períodos mais estressantes da vida. E, é claro, depois de todo esse esforço, nós não queremos nada além de conseguir uma vaga na universidade dos nossos sonhos. Mas e quando isso não acontece?
1. Não se desespere.
É natural que, logo após o resultado indesejado, você se sinta um pouco frustrada. E eu digo isso por experiência própria: como a pessoa levemente dramática que eu sou, eu cheguei até a chorar quando vi que não tinha conseguido a nota de corte para Jornalismo na Fuvest. Mas aí eu percebi que é preciso levar em conta uma série de coisas que, por mais batidas que pareçam,são verdade: o vestibular é um exame extremamente concorrido (e, para algumas carreiras e universidades, ainda mais), existe a possibilidade de a prova ter sido puxada justamente naquela matéria que você tem dificuldade e, muitas vezes, o nervosismo foi tanto que você genuinamente esqueceu de algumas coisas. E talvez você realmente não estivesse preparada o suficiente, o que não é o fim do mundo nem de longe e pode ser resolvido facilmente com um plano de estudos adequado.
2. Veja este ano como uma oportunidade.
Antes de qualquer coisa, não veja este ano como um “ano perdido”: além de ser um ano extra de preparo – no qual você terá tempo de melhorar quaisquer pontos fracos – também é um ano que você pode usar para refletir sobre o caminho que você está tomando. Principalmente para aqueles que acabaram de sair do colégio e, consequentemente, de um turbilhão de pressão para escolher uma carreira, um tempo maior para amadurecer e pensar no que você realmente quer talvez seja de grande ajuda.
3. Lembre-se de que não existe um “tempo certo” pra nada.
Por mais que tentem colocar na nossa cabeça (e que a nossa ansiedade acabe nos convencendo disso) que o caminho “natural” é saber exatamente o que você quer fazer pro resto da vida aos 17 anos, sem nenhuma experiência prévia, e sair direto do ensino médio pra faculdade, a verdade é que a vida tem milhões de outras possibilidades. A Ana Maria, colaboradora de artes da Capitolina, por exemplo, precisou passar por três meses de cursinho, dois anos cursando Arquitetura e Urbanismo, cinco vestibulares, e seis meses desligada da vida acadêmica para perceber que o que ela verdadeiramente desejava fazer era Artes Plásticas. Agora, ela está tentando ingressar no curso por via do Enem e espera que consiga passar, mas, se não der, ela vai estar tranquila do mesmo jeito e o mundo não vai acabar.
4. E, por fim, não se esqueça de que essa é só uma parte da sua vida.
O seu desempenho no Enem, Fuvest ou qualquer um desses vestibulares não te define. Não é só porque você não conseguiu uma vaga que você não “presta pra nada”. A única coisa que esses testes medem é a sua capacidade de lembrar de uma quantidade limitada de coisas sob pressão – o que, se você pensar, não é mesmo uma análise apropriada das suas habilidades e muito menos do seu valor como ser humano. Então relaxe, reflita e foque no que você quer: você ainda tem muitas chances pela frente, e muitas outras coisas para desfrutar.
Bárbara Reis tem 18 anos, é paulista e estuda Jornalismo na ECA. Acha que a internet é a melhor coisa que já aconteceu, é fascinada por novas linguagens e tem o péssimo hábito de acumular livros para ler e séries para assistir. O seu pior pesadelo envolveria insetos, agulhas, generalizações, matemática e temperaturas acima de 27ºC.
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