Histórias em quadrinhos são uma novidade para mim. Tirando aquelas que li durante a minha infância, não imaginei que na vida adulta quadrinhos estariam entre as minhas escolhas de leitura. Quando pensava em quadrinhos, pensava nas tiras do jornal ou nos de super-heróis, que não me interessavam.
Mas isso mudou ano passado, quando um amigo me emprestou Fun home: Uma tragecomédia em familia, da quadrinista Alison Bechdel. É uma autobiografia, uma busca por identidade: Bechdel explora sua sexualidade e paralelamente relembra sua infância, principalmente o relacionamento com o pai, que nunca assumiu sua homossexualidade e viveu oprimido enquanto trabalhava no negócio da família – uma funerária.
Fun home tinha tudo a ver comigo. Nossa adolescência é refletiva: curtimos a vida, mas sofremos buscando quem somos no mundo. A honestidade de Bechdel nos quadrinhos me levou a uma zona de conforto, na qual eu também posso ser honesta sobre minha família disfuncional e minha descoberta da sexualidade. Foi assim que comecei a buscar quadrinhos desenhados e escritos por outras mulheres – são vários e são muitos bons:
Rebecca Raia é uma das co-fundadoras da Revista Capitolina. Seu emprego dos sonhos seria viajar o mundo visitando todos museus possíveis e escrevendo a respeito. Ela gosta de séries de TV feita para adolescentes e de aconselhar desconhecidos sobre questões afetivas.
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