Vivendo em sociedade, o ato de aceitar o outro passa a ser uma tarefa necessária e cotidiana, seja na escola, no trabalho, na família, nos relacionamentos amorosos ou de amizade. Esse exercício contínuo, no entanto, nem sempre é simples: somos seres complexos, compostos por diversas características, objetivos, vivências e muitos outros elementos. Com essa pluralidade de jeitos de ser, entender e reagir às situações, aceitar o outro e ele nos aceitar pode ser, no mínimo, uma tarefa complicada.
Buscando facilitar a aceitação do outro e, assim, viver uma vida mais tranquila e saudável, separei alguns pontos que considero essenciais nessa jornada:
É muito comum, principalmente em amizades e relacionamentos amorosos, que se criem expectativas em relação ao outro mesmo antes de poder conhecer de fato quem é aquela pessoa e suas características específicas de personalidade. Essas expectativas, no entanto, quando não atendidas pela pessoa em questão, podem dar lugar a sentimentos negativos, como chateação e frustração com o relacionamento.
Nesse tipo de situação pode haver a perda da chance de conhecer qualidades e aspectos bacanas da pessoa com a qual estamos nos relacionando simplesmente pelo fato de que, ao não atender às expectativas que nós mesmos criamos, ela nos frustra.
Portanto, a dica é tentar dar menos espaço às expectativas pessoais e mais espaço para conhecer o que de bom a pessoa pode nos oferecer como, por exemplo, aprender novas habilidades, falar de assuntos diferentes ou entrar em contato com uma visão única em relação a algum assunto.
Para além das qualidades de cada indivíduo, é comum as pessoas possuírem visões de mundo, experiências, objetivos e contextos diferentes.
Sua vida e personalidade foram construídas por problemas, alegrias, sofrimentos, ensinamentos e vivências específicas, mais ou menos marcantes. Essas vivências, em suas devidas proporções, formam o que cada indivíduo é ao longo da vida e, apesar de muitas vezes não sabermos os detalhes, cada pessoa tem sua trajetória pessoal.
Sendo assim, é importante buscar sempre ser empático e respeitar a história e realidade de cada um, mesmo que não os conheça em seu todo. Ao não entender uma reação ou opinião, o melhor é conversar com o outro e procurar entender sua visão, sempre com respeito e empatia, e mesmo que não haja consenso, buscar um meio termo em que ambos se sintam respeitados e confortáveis com o assunto em questão.
É sempre importante procurar aceitar e ser empático com o outro para se ter uma vivência agradável e saudável. No entanto, nem sempre é possível se entender com todos aqueles que nos rodeiam, mesmo que nos esforcemos.
Muitas vezes, nos vemos envolvidos em relacionamentos que não nos acrescentam nada ou, pior ainda, são tóxicos e nos fazem mal. Nesse caso, é importante manter em mente que não é sua obrigação se esforçar para que haja um entendimento ou reciprocidade.
Aceitar, preservar e zelar por si próprio é mais importante do que a busca pela aceitação do outro.
Afinal, não há sentido em tentar melhorar um relacionamento que não é recíproco ou que não nos acrescenta em nada positivamente. Nesse caso, mantenha o respeito, mas sinta-se a vontade para se afastar da pessoa e buscar aceitar outras que te façam feliz e que te proporcionem relacionamentos saudáveis.
Quando se trata de qualquer tipo de aceitação, não existe uma fórmula universal. No entanto, buscar entender as diferenças, pluralidades e respeitar o outro são atitudes que, com certeza, te ajudarão a aceitar e entender melhor aqueles que te rodeiam. Além disso, a conversa é sempre um ótimo caminho para elucidar questões em aberto e aprender mais sobre nós mesmos, os outros e o mundo como um todo.
Portanto, combinando essas atitudes e tendo sempre em vista o seu próprio bem estar além do bem estar do próximo, é possível construir um caminho de aceitação do outro, melhorando nossos relacionamentos do dia a dia.
Um pouco de tudo: muito comunicativa, meio programadora, bastante feminista, quase internacionalista e uma futura viajante. Escrevo o roteiro da série sobre a minha vida dentro da minha cabeça (é por isso que as vezes eu rio sozinha) e gosto muito de batatas.