No começo do mês falamos sobre como a música produz diversos efeitos sobre nós. Mas não é só a música que nos afeta; qualquer barulhinho pode ter um efeito devastador. Giz inteiro e lousa: quem nunca esteve de um desses dois lado? Quem nunca tremeu de agonia com aquele ruído agudo que mais parece um grito emitido por um ser minúsculo em situação de dor excruciante? Ou fez a sádica às gargalhadas arranhando o giz e vendo a reação de colegas vulneráveis…
Já conheci cada caso de agonia estranha: gente que tem horror ao barulho de saco plástico mexendo, horror ao ruído que se faz ao escovar os dentes… aliás, essa era uma cena bem engraçada. Nos dias em que ficávamos na escola até mais tarde, eu almoçava com minhas amigas e depois íamos juntas ao banheiro pra fazer a higiene oral. Enquanto três de nós estávamos “de boas”, uma amiga ia fazendo círculos com a mão e nem dava meia volta… “rac rac rac”… ela já estava se contorcendo.
Mas também tem o caso contrário: dormir com o barulhinho da chuva, por exemplo. Ouvir o som do mar ou de uma cachoeira. E até alguns mais peculiares. Eu, por exemplo, AMO o som de papel grosso rasgando e o “tec tec tec” do teclado do computador!
E hoje é isso que iremos produzir: uma máquina de barulhinho bom!
Mentira, quase. Não é bem uma máquina, mas faz um barulinho beeeem delícia! É um sono dos ventos!
Materiais:
– Vidro
-Durepox
-Fio de nylon
-Cola Glitter/Relevo 3D ou Verniz vitral
-Fitas, contact ou tinta da sua preferencia (guache quase sempre vai)
-Cola branca
-Papel paraná/papelão/tampa de lata
-Prego e martelo
-Copo ou similar pra molde
-Muito Jornal/revista
-Luvas
Pra começar, onde conseguir o vidro? Pra alguns projetos mais específicos é preciso encomendar certinho, mas pra esse tutorial só precisamos de caquinhos, então é só encontrar uma vidraçaria no seu bairro e perguntar pra quem estiver lá atendendo “Vocês guardam retalhos e sobras”? Muito provavelmente eles vão te dar de graça!
Provavelmente, os pedaços que você conseguir vão ser grandes quadrados ou retângulos, então é preciso quebrá-los em pequenos cacos irregulares!
COLOQUE AS LUVAS, embrulhe o pedaço de vidro em MUITO jornal. E quebre. Há duas opções: ou você bate com um martelo ou similar no vidro, ou você segura o embrulho pelas extremidades e vai batendo ele numa quina de parede. -Eu gosto mais dessa segunda.
Depois, AINDA DE LUVAS e com MUITO CUIDADO, selecione uns 6-9 pedaços de vidro de tamanho similar. Reembrulhe o resto em bastante jornal e jogue no lixo reciclável!
É preciso dar um jeito na borda dos vidros, pra que eles não fiquem cortantes! Para isso: Durepox! <3
Faça uma cobrinha e verifique se ela é grande o suficiente para toda a volta.
Depois dê uma amassadinha pra fixar bem.
Onde elas se encontrarem, deixe uma sobrinha de massa e faça um furinho pra depois passar o fio de nylon.
Com um copo, compasso, prato ou o que for, faça círculos no seu tipo de papel (paraná, papelão, cartolina). Quanto mais fino, mais círculos serão necessários, pois a base precisa ser bem durinha! Corte os círculos e una com cola branca!
Depois vamos enfeitar a base. Eu tinha aqui em casa essa fita metalizada que achei que ficaria bonita, mas pintar com guache também pode funcionar bastante! 🙂
Quando a base estiver seca (se você pintou), é preciso furar. Para isso: prego e martelo! (um furo para cada caquinho).
Então voltamos aos caquinho. Agora podemos enfeitá-los com o relevo 3D. Também existe uma tinta, chamada verniz vitral, caso você prefira pintar os vidros inteiros, fazer outros tipos de desenho, um mosaico, ou uma mandala, então essa é a tinta mais recomendável.
Quando estiver tudo seco, podemos finalmente prender os vidrinhos na base! Pra isso passamos um fio de Nylon grandão na argolinha do caco, prendemos e então a outra ponta nós passamos DUAS VEZES pelo mesmo furinho da base e damos vários nós!
Grandão mesmo, porque tem que sobrar um tanto de fio depois do nó para a parte de pendurar.
O primeiro caco colocamos numa altura qualquer que nos agrade, já os posteriores, precisamos ir conferindo pra ver se eles se encontram – senão quando o vento vem eles não batem uns nos outros e o barulhinho bom não rola.
Quando todos estiverem presos, precisamos fazer o nó final. Pra isso é necessário testar e ajeitar o peso/o balanço, pra base ficar retinha.
Depois de medir, damos um nó final!
-Eu queria prender o meu numa árvore, no quintal, então dei o nó e usei as sobras pra pendurar na árvore. Se você for colocar numa janela ou numa parede, algum lugar que precise usar prego, vale a pena usar uma daquelas argolinhas de chaveiro e cortar as rebarbinhas 😉
Então é só prender onde você achar mais legal (desde que seja um lugar onde bata vento) e esperar o barulhinho relaxante-delícia!!
Voilá!
As fotos deste tutorial são colaboração da fotógrafa Amanda Amaral. Quem gostou pode visitar o site dela. E eu termino com um “Obrigada, Amanda”!
21 anos, cursando o primeiro de design. Pras coisas que não gosta de fazer, inventa um monte de regras. Já as que gosta - como cozinhar - faz sem regra nenhuma. É muito ruim com palavras, ainda assim resolveu escrever sobre suas receitas que, em geral, não tem medida alguma.